iPensamentos iObservações

17 de dezembro de 2018

Angústia ou Vazio

Hoje foi dia de um insight poderoso, perceber que a angústia e o sentimento de vazio são coisas distintas.
Até aqui tenho digerido ambas num cocktail avassalador, sem ser capaz de distinguir uma coisa da outra.

Tal como referi anteriormente, a medicação tem sido o meu maior aliado e professor, ao longo desta penosa caminhada. Sem ela nem esta existência residual seria possível.

Já há algum tempo recebi carta verde da médica para poder aumentar ou diminuir a dosagem (dentro de determinados parâmetros pré-estabelecidos) de um dos medicamentos.

Com o aumentar desse cenário angustiado e cheio de vontade de deixar de existir, falta de capacidade de reação e irritação constante, decidi que o melhor seria o aumento da dose, e assim o fiz.
Já lá vai uma semana, e além do pensamento se ter tornado mais lúcido, a angústia desapareceu em larga escala.

Obviamente que não se foi por completo, nem esse é o objectivo. A angústia, tal como outros sentimentos negativos ou positivos, devem sempre prevalecer dentro de nós.

Aliás, faço aqui uma ressalva explicativa, de algo que me foi explicado pelos médicos, e que bem interiorizei.
Todos nós temos altos e baixos, sentimentos bons e maus, o grande problema é quando constantemente esses baixos são baixos demais e/ou os altos também se comportam de firma desproporcionada.
O problema são os picos exagerados, e a variação entre ambos apresentar uma clivagem muito acentuada.
Daí nasce o desequilíbrio, e aí actuam as drogas a ajudar a regular o que não é normal.
Sim, tudo se resume a uma questão de normalizar o que vai cá dentro. Pode parecer redutor, pode parecer uma trela, mas na verdade é o que nos permite crescer, além de atenuar o sofrimento.

Com essa nota explicativa terminada, volto ao ponto central, que é a capacidade de distinguir angústia de vazio.
Com o aumento da droga no meu organismo a angústia foi drasticamente diminuída.

Concluí que a angústia caminha de mãos dadas com a frustração e a irritação. Entendi que o vazio provoca ansiedade em relação ao futuro.

Bem, não sei se é importante dizer, mas tudo isto é assim na minha cabeça, não significa que seja igual com outros.

Foi esta a minha epifanía, escrever isto é uma pequena terapia...

13 de novembro de 2018

New me old me

A história repete-se ao longo da nossa existência até que tenhamos aprendido com o passado.

As lições às vezes são mal aprendidas e voltamos a cair nos mesmos erros, por falta de atenção ou crença desmedida num amanhã melhor. Deixamos-nos embalar na ternura dos sussurros, na nostalgia dos aromas doces e na incontornável leveza dos toques, para de repente tudo ser uma tempestade de emoções.

O que é para si desconfiança?
Pois, agora apanhou-me! Não é óbvio? Por si só significa o que é, não é? Desconfiar é não acreditar, é criar distância com o que leva a gerar essa sensação - digo eu.

Segundo um dicionário da Língua Portuguesa: Falta de confiança; suspeita; receio.

I look inside myself and see my heart is black
I see my red door I must have it painted black
Maybe then I'll fade away and not have to face the facts
It's not easy facin' up, when your whole world is black


4 de novembro de 2018

Hello darkness my old friend

Vislumbre de um passado recente
A angústia das perdas
O sufoco da falta de companhia
O vazio de não ter sentido

Se pudesse escolher entre 1 milhão de euros ou voltar atrás no tempo, sem hesitar regressaria à infância para mudar tudo de raíz.

Tenho agora de andar com este trambolho de arrasto, está carcaça que vai envelhecendo, num pesar constante de erros e equívocos.
Não era isto que eu queria ser, pensei que tudo seria diferente.

Não foi falta de esforço, mas foi muita falta de assertividade e de visão.

Sou assim uma espécie de criança eterna, inocente demais para perceber grande parte do que me rodeia.
Acabo a deixar-me também dominar pelas emoções e acabo a cometer erros atrás de erros.

Triste personagem esta

12 de junho de 2018

Coisas que não mudam

Há coisas que não muda, apesar de à sua volta tudo o resto se alterar.
O sentimento de aperto num qualquer bar decrépito onde me sento para um café e um destilado, é um ambiente que adoro e não suporto, ao mesmo tempo.
Não que seja racional, apenas me faz suar, o meu coração bate acelerado e parece que vou implodir.
Estou melhor sem as noites, mas sinto a falta delas.

Passei por tantas, mas sempre com o sentimento de dever por cumprir.

Não soube estar, não existi apenas observei, suei, quis pertencer e fugir ao mesmo tempo.

É fodido procurar aprovação e amor nos lugares mais errados

21 de abril de 2018

Hilf mir bitte

Suga-me este vazio letal
É o destino deste ser animal
Em contentamento ser banal
Travar esta inglória luta sem igual

Na loucura do descontentamento vejo tudo em slow motion, nada me prende a atenção.

O que produzo é lixo, um entulho de palavras empilhadas que me saem da ponta dos dedos, na esperança de um dia ser alguém de valor reconhecido.

Queria ser génio, poeta, cientista, escritor ou proxeneta. Queria ser algo, mesmo a sério, não um wannabe, não o esboço de uma tentativa de algo.

Sou um ser que não é.

Porque digo isto, porque penso aquilo. É isso!
Tenho de ser e pensar diferente, mas não sei como. Falta-me a arte e a energia.

Bem melhor estou, quando comparado ao tempo em que o mundo me assustava ao ponto de sair para comprar pão ser uma luta imensa.

Sinto-me a voltar a isso, mas sei que devo contrariar, fazer o oposto, e acreditar que o espectro do passado fóbico não volta mais.

14 de abril de 2018

Money

Money que é good, nóis não have (by Mamonas Assassinas)

Pois, é mesmo uma comédia existencial esta necessidade de o ter para conseguir viver.

Com pouco é o desespero, com algum sobrevive-se, mas só com bastante é que se pode viver.

Não é consensual concerteza, esta minha perspectiva, mas é o meu ponto de vista e de situação.

Tempos houve em que um ordenado me chegava para sobreviver e viver um pouco, mas longe vão esses tempos.

Debato-me essencialmente com dois factores, um que deveria controlar, mas não consigo, e outro que tento por tudo controlar.

Para ter mais dinheiro deveria poupar, mas é difícil querer viver e deixar de viver ao mesmo tempo. Se poupo não saio, não compro, não como, não bebo, não viajo, não fumo, e queria fazer tudo isso.

Por outro lado, deveria ser possível ganhar mais a troco do trabalho, mas parece missão impossível. Conseguir um ordenado razoável neste país é algo ao alcance de poucos.

Asfixia-me olhar para o extrato bancário, é só débito e valores com poucos dígitos ou perto do Nilo.

Trabalhei a vida toda e não consigo. Pergunto-me porquê, pergunto o que posso fazer melhor, onde falhei.

Às vezes apetece-me fazer algo ilegal para conseguir dinheiro fácil e sair deste buraco, mas nem para isso tenho arte.

A minha maior certeza vai sendo a de que o trabalho só serve para aguentar os mínimos, num sufoco eterno, uma obrigação para não afundar e viver o mínimo possível.

Mas é uma vida triste, em que é impossível aproveitar, porque tudo vai para pagar contas e vícios, a alimentação e despesas básicas.

Queria poder viajar, talvez seja por isso que viajei um dia em direção ao universo psicótico em que existo.

11 de abril de 2018

Lupa psicológica

A lupa é um objecto que nos ajuda a ver os detalhes, através do aumento de tamanho da imagem que por ela passa.

Muitas vezes usada por aqueles que têm já dificuldade para ler, pode ser um óptimo auxiliar para as leituras. Tantas vezes usada na botânica para observar os detalhes do material vegetal, e em tantas outras ciências onde se pretende observar o ínfimo.

Algures neste meu processo de tratamento da minha mente doente, houve um profissional de saúde mental que acertou em cheio... "É como se visse o mundo sempre com uma lupa, tudo ao perto, não é?"

- "Não é isso" - respondi eu precipitadamente

Já dei por mim tantas vezes a pensar o quão idiota fui ao dizer que não. Tolo.

É verdade, a partir nem sei bem de quando, passei a ver o mundo com uma lupa, a procurar esmiuçar tudo, ver o detalhe em cada coisa. Isso tornou-se tão intenso, essa forma de ver o mundo, que me tornei incapaz de ver a imagem geral das coisas.

Neste momento, tenho o conhecimento de que é errado observar o mundo dessa forma, mas nem sempre consigo evitar este processo. Tornou-se intrínseco à minha forma de analisar o que me rodeia, à minha dialética.

É esse acto de focar nas coisas mais ínfimas, não ser capaz de levantar os queixos e sair do olho do furacão. E, quando assim é, torna-se impossível sair da crise. A única solução é afastar para um plano superior, não adianta sair para os lados.

29 de março de 2018

À tona

Voltou o vazio, velho companheiro da existência. Esse que me recorda que tudo é vão e mera construção mental.
Nada faz sentido, senão pelo sentido que lhe damos, tudo o que existe não existe, é apenas uma ideia.

Não fumo, apenas acendo cigarros e meto-os à boca.

Um escravo dos meus vícios, e das obrigações.

Tivesse eu o que não tenho, o que gostaria de ter, e lamentaria outras coisas que não teria.
É triste a condição humana ter chegado a isto.

Sem perigos à espreita, sem necessidade de ser mais do que mera peça da engrenagem, dessa máquina que foi a ideia de alguém, definamos interiormente o nosso intelecto.

Já nem me apetece cuidar a sintaxe do que escrevo, somente vomitar este sentimento.
Reles produto da falta de real utilidade, sou uma pequena roda dentada que ajuda algo a não parar.

Ai de mim que me recuse a ser a roda dentada. Outra para o meu lugar virá, e quem se fode sou eu que fico sem sustento, fico noutro patamar qualquer de necessidades.

Tudo está montado para que saibamos degraus de necessidade. Se não temos de comer, só pensamos na subsistência, se subsistimos queremos mais... O carro, a casa, o gadget, as férias, aquele mimo, aquela coisa que nos dá estatuto e nos faz inchar feitos pavões. Se materialmente nada nos falta, queremos coisas que não temos, apesar de tudo termos. Procuramos sensações de outros tempos, sensações novas, ou mesmo sentir necessidade como os que nada têm.

Será a natureza humana isto? Ou será a forma como alguns montaram a sociedade que nos leva a isto?

Vício, consumo, desejo, necessidade... Todas ideias construídas por alguém, e mantidas pelos filhos deles.

Mais um dia na luta, a tentar ficar à tona.

18 de fevereiro de 2018

Pessoas

Pessoas são os outros, nós seremos sempre nós.

Assim parece ser para a maioria. Desprezamos outros por este ou aquele preconceito, admiramos uns quantos porque alcançam o que a nós nos parece tão difícil de conseguir.
Pensamos sempre que o melhor e o pior só acontece aos outros.

Para mim os outros são isso tudo, e sempre uma grande curiosidade de saber a fundo quem são. Gosto dos que falam abertamente sobre si, sejam tretas ou grandes verdades. Valorizo o discurso na primeira pessoa, aqueles que têm uma história para contar.

Talvez por sentir que não tinha história, por saber que não tinha vivido o suficiente para ter um passado merecedor de ser escutado, talvez por isso a minha mente entrou em declínio.
É o maior sentimento de vazio que o ser humano pode ter, não ter vivido e nada para contar. Seja aos outros, como a si mesmo.

Eterno espectador de uma existência ignóbil e nunca alcançando metas nem cumprindo desafios até ao fim, pendurado nas histórias de outros e no conhecimento contado, não vivido.

Para mim as pessoas são os actores do palco da vida. A mim parece-me que todos têm uma vida, menos eu. Até os que se dedicam a pouco fazer, parece que o fazem de forma mais completa, mais intensa e com mais detalhes.

Eu persistir na tentativa de construir a minha história, mas sempre com esse calcanhar de Aquiles, é tudo tão superficial... Seja a preguiça, o medo ou a falta de cognição sobre as coisas, ou a combinação de tudo isso, o resultado é algo amorfo e vulgar.

Não consigo destacar-me em nada do que faço. Talvez seja a polivalência a minha melhor característica, mas mesmo essa é tão limitada.

Tal como estes textos que escrevo, com uma profundidade oca, carregados de uma impressão individual tão desinteressante para a maioria, sem sumo de conhecimento que valha a pena a leitura atenta, senão para conhecer a mente do louco que habita dentro de um indivíduo minimamente socializado e padronizado.

Neste cenário todo as pessoas são a eterna variável que luto para compreender.
Ora quero proximidade e sentir-me, ora quero distância e estar na paz irrequieta da minha solidão.

De alguns tenho medo, só porque sim, por outros sinto respeito e admiração, outros fazem-me sentir minúsculo, triste, feio, burro, incompleto. Poucos me fazem sentir bem, a maioria faz-me sentir excluído.

A julgar pelo feedback que tenho, pela forma como sou rejeitado à partida, ou à posteriori, sou arrogante e fechado.

Já me disseram para sorrir mais, mas só consigo sorrir quando a alma está alegre.

12 de fevereiro de 2018

Vazio

Qual será o maior vazio da existência humana?

Será o vazio da perda?
O vazio interno?
O vazio que separa o ser do resto da vida e dos demais?

Seja qual for, o vazio, será sempre a origem do desespero e da angústia. Qual cavaleiro da tristeza, montado no cavalo da frustração, galgando os campos da desilusão que levam a lado nenhum.

O vazio faz-me parar para olhar o meu reflexo nas águas calmas do rio da vida. Fugi dos rápidos, abordei a zona onde o rio tende a estagnar, para fazer uma introspecção.
Custa-me encarar o reflexo das águas, não gosto do que vejo, porque o que vejo não é o que pensei vir a ver.

Sinto esta enorme vontade de deixar de existir, porque nada vale a pena, nada presta, tudo é vão e volátil. Depressão? Nem por isso. É a consciência de uma vivência sem fantasia, algo que alguns dirão que é negativismo.

Só espero que nunca me falte o dinheiro para comer e pra tabaco...

Acendo outro cigarro.

É o meu desporto mais regular, acender cigarros. Segue-se o de vaguear pelo telemóvel.
O meu escape é o trabalho.

Está tudo mal.

8 de fevereiro de 2018

Confusão temporal e espacial

Tudo é confuso, como se estivesse condensado no centro da minha mente. Está tudo comprimido numa tensão enorme, dando lugar a movimentos errantes.

Estou sóbrio, mas enebriado com a realidade, sem me conseguir soltar. É tudo confuso, as opções são imensas nem sei para onde me virar.

Virar à esquerda é interessante, mas porque não ir ver o que há à direita? E ainda há o meio, e aquilo que não vi bem lá atrás. Por onde vou?

Sem nada para fazer durmo para o tempo passar, ocupado o tempo voa.

Tenho isto e aquilo para fazer, ora não me apetece porque a angustia me consome, ora não consigo porque a confusão é brutal. Só me apetece sempre dormir.

Durmo, e a vida esvai-se por entre as fendas do tempo. Esse não perdoa, não espera por ninguém.

Ouço risos dos outros, enquanto escrevo acompanhado de um whisky barato e uns cigarros. Preciso tirar este nó cá de dentro, refugio-me nestas linhas.

É pesado demais, sempre sem conseguir alcançar nem concretizar, tudo que produzo é inconsequente e incompleto.

O trabalho que é imperfeito apesar da exigência máxima e do perfeccionismo, as relações que não tenho apesar de muito as querer e procurar, o dinheiro e sucesso que preciso e ambicionou, mas nunca chega.

Afinal, é o resultado de estar a viver à margem, ou é castigo por demasiada arrogância?

Existe alguém que perceba disto?

Já dizia alguém, acerca de outro assunto, "é como querer nadar sem ter o braço direito"

30 de janeiro de 2018

Ich habe ein Traum

Em alemão, sonho escreve-se Traum, e trauma é  escrito em ambos os idiomas da mesma forma.

Parece interessante que a cultura teutónica considere o sonho um trauma.
Tendemos a definir o sonho como fantasia, e algo positivo.

A aculturação tem destas coisas. Bastaria nascer alemão para comprar o sonho de forma diferente.

Não aprofundem conhecimento sobre isto, é apenas uma consideração básica e simplista.

O que daqui extrapolo é que cada sonho meu parece mesmo um trauma, a cada entusiasmo com nova expectativa, segue-se desilusão é um sentimento de cada vez maior afastamento da realidade.

Auf Wiedersehen Leute

29 de janeiro de 2018

Horácio o Retranca

Numa nova abordagem, aqui no blog, dou a conhecer outro lado da minha personagem.
Além da fobia social, existe esta faceta de observador que implica, e cisma, com determinado tipo de gente.

Este texto é inteiramente dedicado aqueles seres que populam a sociedade portuguesa, que vão tirando pequenos dividendos à custa dos outros, aqueles que se contentam com as migalhas dos outros, que se mexem na sombrinha, se fazem de parvos, mas estão sempre à espreita.

Seja ele minhoto, trasmontano, beirão ou alentejano, este é aquele típico ser abominável e mesquinho que habita a nossa sociedade. Esse mesmo que se queixava que anda meio mundo a enganar o outro, como se o mundo todo o perseguisse ou enganasse; esse mesmo que de fininho passa a perna ao próximo, e sem demora há-de alegar que esse outro é que foi burro.

Trabalho com um desses Horácios, isto é o porquê de vir aqui satirizar a besta.

Nunca sabe nada, num momento, para no outro estar cheio de certezas.
Cala-se perante alguém hierarquicamente superior, nunca defende as suas ideias abertamente; espera pela calada para agir e montar a sua teia de interesses.

No passado lerpei por causa de gente desta.
Todos aqueles que estejam na vida de forma franca têm de se acautelar com estes bichos do monte, estes pouco cosmopolitas e básicos.

Eles decoraram comportamentos, carregam essa herança sonda que os pais e os pares lhes ensinaram. Nunca ousaram ser diferentes, ou se o fizeram, foi uma vez e há muito tempo, esmifraram o que podiam e rapidamente se apressaram para a caverna dos sonsos.

Têm medo de tudo, estão carregados de cautelas e desconfiança, o ar é bafiento em seu redor. Usam da malícia para ridicularizar ou rebaixar os outros. Primeiro fazem ninho nas costas do alvo, para depois já mais confiantes, iniciarem a campanha do gozo aberto e perante os demais.

Ainda não aprendi totalmente a lidar com esta casta apodrecida, e é realmente um mistério para mim como é possível que vão conseguindo ter sucesso relativo.
É verdade, tantas vezes os encontramos em posições que não são as que a sua personalidade merece, para os encontrarmos como chefes de secção, capatazes, sub-gerentes ou outro cargo ligeiramente superior (superiorzinho, vá).

Espero que os dias de vento limpem o ar apodrecido, as nuvens se dissipem e a luz ilumine certas mentalidades retrógradas.

Anseio pelo dia em que a sociedade faça a selecção natural, e me elimine a mim ou a eles.

25 de janeiro de 2018

Coimbrinha

O que importa o sítio?

Para onde vamos, connosco vai tudo que está dentro de nós. Os problemas, os receios e anseios, as inseguranças e os medos

O novo ano trouxe a mudança de cidade e de trabalho. Tudo o resto é velho, a vivência negativa, marcada pela solidão, as dúvidas existenciais e a procura pelas respostas antigas.

Este sítio onde me sento para escrever estas linhas, parece que já cá venho desde sempre. Um café, como tantos outros, que frequento há tão pouco tempo mas parece que já é o "meu" café há anos.

O início foi atribulado, com sensações de confusão, muita ansiedade e comportamento errante. Sim, a psicose falou mais alto e tomou conta de mim enquanto me distraí com tudo novo que me rodeava.
Primeiro os medos generalizados, depois a fobia social e o comportamento estranho.

Neste momento em que escrevo já acalmei, após decidir aumentar a dose de anti psicótico. Apesar de saber que não é o melhor caminho, a auto-medicação, tive de o fazer, antes de me perder .

Sigo deambulando por esta nova cidade, que parou no tempo, dita dos estudantes. Sim, eles andam por aí, mas já não têm a preponderância e significado social de outros tempos. Hoje estudar no ensino superior é uma continuação do secundário, chama-se setôr aos professores, e os próprios transformaram-se nisso mesmo.
A exigência social do estudante é diminuta é restrita; noutros tempos ser estudante universitário era uma lição de vida, hoje é só mais uma escolinha como foi a primária e depois o secundário.

Falta portanto a chama a esta cidade, não entusiasma, tudo é anos 80, o que há de moderno é um ponto aqui e ali. À parte das superfícies de comércio.

Cidade adormecida no regaço do Mondego.

21 de janeiro de 2018

Bloqueio

Por Ângelo de Lima (https://pt.m.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngelo_de_Lima?wprov=sfla1)

"Pára-me de repente o pensamento 
Como que de repente refreado 
Na doida correria em que levado 
Ia em busca da paz, do esquecimento... 

Pára surpreso, escrutador, atento, 
Como pára um cavalo alucinado 
Ante um abismo súbito rasgado... 
Pára e fica e demora-se um momento. 

Pára e fica na doida correria... 
Pára à beira do abismo e se demora 
E mergulha na noite escura e fria 

Um olhar de aço que essa noite explora... 
Mas a espora da dor seu flanco estria 
E ele galga e prossegue sob a espora."

Mais do que um mote, mais do que toda a semelhança, este poema é inspiração.
Aquilo que sinto e com que me deparo, já foi sentido antes.

Não sou alheio ao facto de encontrar semelhanças nas palavras e pensamentos daquele que foi um louco (alienado assim era chamado à data); sempre achei que era um deles, sei que sou, penso que sim, é o que parece.
Ângelo de Lima confronta-me comigo mesmo.

Porquê?

Porque me para também o pensamento.
Vivo com o pensamento ora parado, ora "prossegue sob a espora", sob pressão algo acontece.
Se estou tranquilo e sem stress para o raciocínio, emburreço e emudeço.
Reactivo-me à custa de truques de mentalização positiva, e lá vou indo quando a espora me obriga.

10 de junho de 2017

Segurança Interna

Os primeiros anos de vida são primordiais para o ser humano, e talvez todos os restantes mamíferos.
A capacidade de gerar os mais básicos sentimentos de segurança interior, está relacionado com o relacionamento de afecto e proteção dado pelos progenitores nos primeiros anos de vida.

Existe uma hierarquia, a mãe é o factor primordial no desenvolvimento futuro da criança.
O pai é importante, mais tarde.

Todas as relações falhadas mãe-criança, pai-criança e mãe-pai, resultam num jovem e adulto potencialmente desagregado.

Tendo sido essa a minha realidade, compreendo agora o que gerou toda a minha falta de segurança, a quase ausência de auto-estima, e toda a inabilidade social que se prolonga até hoje.

Uma mãe pouco presente, sem verdadeiro sentimento de amor por um filho indesejado; o pai também ausente por força de circunstâncias. E acima de tudo, um eterno conflito entre progenitores, e lados.

Uma mãe que não queria, mas também não largava, e, um pai que queria, mas estava longe, e apenas queria por sentimento de posse, imagem e moralismo.

Que caldo estranho na génese de um ser humano.

Há historias mais difíceis, e também existem outras tremendamente mais simples.

Anos volvidos, na sua maior parte passados junto ao lado paterno, num lar onde nunca fui querido, cheio de conflitos e agressões ao desenvolvimento pessoal - rebaixamento e anulação.

Cresci a ser a erva daninha da família paterna, o indesejado em segredo - o mundo das aparências manda que o comportamento esconda todo esse lado, todo o discurso é oposto - sem nunca ter tido falta do básico a nível material e emocional.
Cresci obrigado a ter de estar grato por migalhas.
Um corolário infeliz para um ego manco pelo falhanço afetivo dos primeiros anos de vida.

Todo o desenvolvimento ao longo dos anos foi como que uma consecutiva crise de identidade e de existência.

Que confusão.

Claro que esta é uma leitura demasiado pessoal, dir-se-á nada distanciada.

Todavia, após tantos anos a olhar para dentro, sempre num processo falhado que misturou a busca pelo melhoramento comportamental, a busca por respostas e o medo de agir, gerou num colapso.
O colapso gerou a imensa busca interior, com tantas leituras, a criação de uma pequena capacidade de convicção.

A medicação ajudou imenso, veio a abertura da mente, o pragmatismo e o distanciamento. Autênticos super poderes para esse ser desconfigurando e até à data manco dessas características.

Aos poucos, lentamente, a segurança interna vai aprofundando raízes. A capacidade de acreditar começa a trazer frutos, a relação com o exterior melhorou.

Foi um salvamento à última hora, quando a personalidade estava no limite de se perder para sempre num estado mental desgraçado pelo medo, a psicose e paranóia.

Nada disso desaparece, mas está controlado. Por vezes vem à tona, e tenho de deixar que respire. E tem de ser, essa parte sou eu também, se morrer eu morro também.

13 de novembro de 2016

Passei ao lado de viver

Passei ao lado de viver, de ter uma vida, pelo que tenho sido um simples sobrevivente que assiste ao que se passa em seu redor.
Envolto na armadura da indiferença, da superioridade, e tantos outros adjetivos que fui reunindo para me ajudar a enfrentar o pânico que sempre senti.

Foi sempre num misto, da vontade imensa de querer pertencer e vivenciar, com o aspecto exterior de quem nada quer.

Por vezes consciente, mas em grande parte forçado a tal, pela incompreensão do que se passava à minha volta e do que os outros diziam. Tantas vezes auto-convencido de que assim a olhar para o chão conseguia passar despercebido, lá fui passando a infância, a pré-adolescência, a adolescência, a juventude, e o início da vida adulta.

Cheguei a um ponto em que não dava mais, era viver ou morrer. Procurei ajuda quando a confusão era assoberbadora, o medo me dominava e controlava.

Agora, depois de 3 anos sob medicação, muito disso se diluiu, felizmente. Não desapareceu, apenas se esbateu, tornei-me funcional e capaz de levantar a cabeça.
Mas continuo a observar com estranheza o que os outros dizem e fazem, percebo um pouco melhor, mas não consigo atirar-me para esse abismo que é interagir com as pessoas.
Essencialmente porque ainda acho que não é o certo, porque continuo sem compreender.

Pelo meio disso, tive, e tenho, períodos de positiva interação em que tudo parece ter desaparecido. Consigo quase ser um animal social, por estranho que pareça.
Pergunto, frequentemente, a mim mesmo quem serei eu na verdade. Concluo que não sei, às vezes, deduzo que sou um pouco dos dois, noutras vezes.

Viver nesta casaca protetora é estranho, por tanto a querer e tanto a abominar. Tudo quero do exterior, e nada me serve. Vivo nesta dualidade constantemente.

Com 35 anos, vivo constrangido com a minha incapacidade. Lamento e vivo frustrado com algumas coisas em particular, que são o facto de não ter tido sucesso académico, a instabilidade financeira constante, as amizades que não tive, nem tenho, as namoradas que não tive, as curtes que nunca consegui ter.

Chego a este momento da vida detestando-me pela minha incapacidade com o sexo oposto. Primeiro, por saber que racionalmente isso é tão vão. E até fui tendo namoradas ao longo da vida, não fui um completo incapaz nesta matéria. Em segundo, a verdadeira obsessão por querer ter essas vivências mais desprendida, os engates, as curtes, os flirts... Simplesmente incapaz a vários níveis.

Fico preso na vergonha, amarrado na baixa auto-estima, nervoso e sem perceber como fazer a coisa certa, acabo sempre por ser ríspido e indelicado, afugentou em vez de aproximar, não sei jogar, provocar interesse ou conquistar.

E isto é tudo tão oco, mas talvez seja esse oco que me falte para me preencher. Estranha contradição!

14 de agosto de 2016

Ao lado

Ao lado passa-me a vida!

Porquê?

Não sei, apenas sinto que sobrevivo em lugar de viver. Sinto com medo, com distância, não consigo participar das coisas.
Tudo é tão volátil e......

Não atinjo metas, imagino que as coisas são diferentes, depois desiludo-me e sou incapaz de as fazer.

O maior sentimento é a de uma tristeza impotente, esse levanta a raiva e desespero. Ósculo entre horas deitado à espera que o tempo passe, a dor se suma.
Por vezes lá vem aquela energia, bem do fundo, que faz parecer que tudo está bem e que tudo posso conseguir. Já passou!

A energia positiva esgota-se num ápice, a melancolia é uma constante.

A minha mente fecha-me as alternativas, respondendo com birra às adversidades. O corpo vai atrás e todo eu fico amarfanhado numa impotência que me aperta o estômago e me faz sentir oco.

Quero ganhar asas e voar. Aliás, sempre foibo que quis. Desde sempre com uma personalidade independente, e desde sempre truncada, também, por medos alheios e por falta de ser capaz de lidar com a realidade como ela é.

Este blog é exemplo disso, em parte, embora seja o que menos me apoquentar.

Eliminei os posta antigos, em reação desesperada a comentários negativos. Fiquei ferido, desanimado, condensei essa revolta em apagar o que tinha feito.

A maior frustração é a do dia-a-dia, das pessoas que gostava de chegar à conversa e ao convívio, das experiências que gostava de sentir.

Se aperto foge entre os dedos, se não agarro voa com o vento.

7 de março de 2016

Indestrutível

Bom dia lutadores/as

Hoje apetece-me partilhar esta música

https://youtu.be/eZFHEc_tzog

Letra original:

When I was younger I lived in fear
That incarceration of some kind is near
I checked my head, intact with rules
I nearly became a goddamn fool

But I've heard voices not in the head
Out in the air they called ahead
Through ripped out speakers
Through thick and thin
They found a shelter under my skin

How many darkest moments
And traps still lay ahead of us? (Undestructable)
How many final frontiers we gonna mount With maybe no victory laps? (Undestructable)
But if you stepped on path of sacred art And stuck it out
Through thick and thin
(Undestructable)
God knows you become one
With undestructable

And so no longer live I in fear
Them are too greedy
To pay my asylum bills
This is my life and freedom's my profession
This is my mission
Throughout all flight duration

There is a core and it's hardcore
All is hardcore when made with love
The love is a voice of a savage soul
This savage love is undestructable

How many darkest moments
And traps still lay ahead of us? (Undestructable)
How many final frontiers we gonna mount With maybe no victory laps? (Undestructable)
But if you stepped on path of sacred art And stuck it out
Through thick and thin
(Undestructable)
God knows you become one
With undestructable

Undestructable Undestructable Undestructable

How many...
(Undestructable)
How many final frontiers
With maybe no victory laps? (Undestructable)
But if you stand on path of sacred art
And stuck it out
Through thick and thin
(Undestructable)
God knows you become one
With undestructable

Oh skol'ko mgnovenij chjornyh, nevozmozhnyh Nam vsem predstoit preodolet'
(Undestructable)
Oh skol'ko pirov pobednyh No vse ravno nam ne uspet'
(Undestructable)
No esli, esli sokrovennym put' odin (Undestructable)
Tee budesh' nesokrushim, nesokrushim (Undestructable)

Undestructable, undestructable

Letra traduzida PT:

Quando eu era mais novo eu vivia com medo
Que algum tipo de encarceramento estava próximo
Eu verifiquei minha cabeça, cheia de regras
Eu quase me tornei um maldito idiota

Ouvi vozes, não na cabeça
Fora, no ar, elas chamaram adiante
Por altifalantes estridentes
Através do espesso e do fino
Elas encontraram abrigo debaixo da minha pele

Quantos momentos negros
E armadilhas ainda estão à nossa frente? (Indestrutível)
Quantas fronteiras finais nós vamos montar
Sem talvez nenhuma volta da vitória? (Indestrutível)
Mas se você pisou no caminho da arte sagrada
E foi até o fim
Por bem ou por mal
(Indestrutível)
Deus sabe que você se torna um
Com algo indestrutível

E, então, não vivo mais com medo
Eles são muito gananciosos
Para pagar minhas contas do sanatório
Esta é minha vida e liberdade é minha profissão
Esta é minha missão
Ao longo do meu vôo

Há um centro e isso é extremo
Tudo é extremo quando feito com amor
O amor é a voz de uma alma selvagem Este amor selvagem é indestrutível

Quantos momentos negros
E armadilhas ainda estão à nossa frente?
(Indestrutível)
Quantas fronteiras finais nós vamos montar
Sem talvez nenhuma volta da vitória? (Indestrutível)
Mas se você pisou no caminho da arte sagrada
E foi até o fim Por bem ou por mal (Indestrutível)
Deus sabe que você se torna um
Com algo undestrutível

Indestrutível Indestrutível Indestrutível

Quantos...
(Indestrutível)
Quantas fronteiras finais nós vamos montar
Sem talvez nenhuma volta da vitória? (Indestrutível)
Mas se você pisou no caminho da arte sagrada
E foi até o fim
Por bem ou por mal
(Indestrutível)
Deus sabe que você se torna um
Com algo undestrutível

Oh, quantos momentos negros, insuportáveis
Que todos nós temos que passar (Indestrutível)
Oh, quantas vitórias nobres
Mas ainda não temos tempo (Indestrutível)
Mas se, se há um caminho oculto e profundo
(Indestrutível)
Você será invencível, invencível (Indestrutível)

31 de janeiro de 2016

Pessoa desorganizada pode ter o distúrbio de atenção

Até há pouco tempo, acreditava-se que lentamente a criança melhorava dos sintomas conforme a idade

Veículo: Diario Web 
Seção: Comportamento
Data: 14/06/2007
Estado: SP 

Se você é daquelas pessoas que não sabem como priorizar o dia de forma eficiente, é desorganizada, impulsiva, distraída ou não consegue finalizar projetos, pode estar sofrendo de Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), com ou sem hiperatividade, transtorno que ocorre tipicamente na infância, mas pode se estender para a vida adulta. Até há pouco tempo, acreditava-se que lentamente a criança melhorava dos sintomas conforme a idade, entretanto, pesquisas recentes provaram que o distúrbio persiste nos adultos em aproximadamente 50% dos casos. Como algumas características do transtorno existem nas pessoas normais e também podem ocorrer em outros distúrbios é necessário que os sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade sejam mais intensos que os apresentados por indivíduos da mesma idade e que sejam persistentes, de acordo com Abram Topczewski, doutor em neurologia e pesquisador do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
Segundo o especialista, o paciente deve apresentar essas características constantemente, como um padrão de comportamento. “Quem convive com essas pessoas costuma dizer que elas sempre foram assim, por exemplo”. Além disso, os sintomas devem ter intensidade e constância tais que existe já um comprometimento do seu funcionamento em mais de uma área de atuação, como casa, escola, trabalho, vida social. É necessário ainda que os indícios tenham aparecido desde a infância. Isso quer dizer que, se alguém passou a apresentar essas características depois de adolescente ou adulto, não se trata desse transtorno, mas provavelmente de algum outro tipo de distúrbio.
Por último, para se fazer o diagnóstico exige-se que sejam excluídas outras causas capazes de ocasionar essas características. O fator hereditário é o mais importante. “Múltiplos genes estariam envolvidos, o que justificaria a heterogeneidade do quadro clínico”, diz. No entanto, o médico alerta que não são todos os desorganizados que sofrem de déficit de atenção. “Se sua falta de organização, concentração e memória não atrapalha nas tarefas do dia-a-dia, se você se acha no meio da sua bagunça, não há motivos para se preocupar”, afirma.

Concentração
O Distúrbio de Déficit de Atenção ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. Quando pessoas que têm o transtorno tentam se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar, conforme Daniel Amen, neurocientista clínico, psiquiatra, perito em déficit de atenção, escreve em seu livro “Transforme seu cérebro, transforme sua vida”, editora Mercuryo. Assim, pessoas que sofrem do transtorno mostram sintomas como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das pessoas com o distúrbio sejam hiperativas), problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento. O córtex pré-frontal direito é ligeiramente menor nas pessoas afetadas. Do ponto de vista bioquímico, a hipótese predominante é de uma diminuição funcional da dopamina, e também da noradrenalina, nessas áreas. Caso o déficit de atenção seja diagnosticado, o tratamento é feito com medicamentos.

O que não fazer perto de alguém com DDA:
Não grite. Quanto mais a voz dela aumenta, mais a sua deve diminuir;
Se você sente a situação começar a sair do controle, dê um tempo. Dizer que você precisa ir ao banheiro pode ser uma boa receita;
Provavelmente, a pessoa não vai tentar impedi-lo. Pode ser uma boa idéia Ter um livro grosso em mãos, caso a pessoa esteja realmente transtornada e você precise se afastar por um longo período;
Use de humor (mas não humor sarcástico ou bravo) para apaziguar a situação;
Seja um bom ouvinte;
Diga que você quer entender e trabalhar a situação, mas só pode fazer isso quando as coisas estiverem tranqüilas;
Fonte - “Transforme seu cérebro, transforme sua vida” (editora Mercuryo), de Daniel Amen, neurocientista clínico e psiquiatra

Sintomas do DDA em adultos:
Sensação de baixo rendimento, de não atingir as próprias metas (independente do quanto a pessoa de fato realize);
Dificuldade em se organizar. As supostas “pequenas coisas” podem amontoar-se, criando enormes obstáculos. Por exemplo, um compromisso não cumprido, um cheque perdido, um prazo esquecido;
Adiamento crônico do início de tarefas. É associado à ansiedade, inclusive pelo receio de não as fazer direito;
Muitos projetos tocados simultaneamente. Conforme uma tarefa é deixada de lado, outra é assumida. Ao fim do dia, da semana ou do ano, incontáveis projetos são empreendidos, nem todos são concluídos;
Tendência a dizer o que vem à mente, sem considerar o momento e a conveniência do comentário;
Busca freqüente por forte estimulação. Está sempre à procura de algo novo, envolvente, algo do mundo externo que possa vibrar como o turbilhão em seu íntimo;
Intolerância ao tédio;
Facilidade para distrair-se, problema de concentração, tendência a se desligar ou ficar à deriva no meio de uma página ou diálogo, às vezes acompanhados de uma capacidade de hiperconcentração;
Freqüentemente criativos, intuitivos e muito inteligentes. Em meio à desorganização e devaneio demonstram lampejos de talento;
Dificuldade em seguir caminhos pré-estabelecidos, em proceder de forma “apropriada”. Trata-se de uma manifestação de tédio e frustração: tédio por estar fazendo algo seguindo uma rotina e excitação por novas abordagens, e frustração por não ser capaz de fazer as coisas da forma como “deveriam” ser feitas;
Impaciência. Baixa tolerância à frustração, porque remete a todos os fracassos do passado. A impaciência deriva da necessidade de estímulo constante, podendo fazer com que os outros o considerem imaturo ou insaciável;
Impulsivo, verbalmente ou nas ações - como gastar dinheiro impulsivamente, mudar de planos, fazer modificações em projetos profissionais. Este é um dos sintomas mais perigosos em adultos, ou, dependendo do impulso, um dos mais úteis;
Tendência a uma preocupação desnecessária e sem fim. Propensão a buscar algo com que se preocupar, ao mesmo tempo em que mostra desatenção ou descaso por perigos palpáveis;
Sensação de insegurança, não importando a estabilidade de sua vida;
Humor oscilante. Pode ficar de repente de mau humor, depois de bom humor, e novamente mal-humorado - tudo isso num espaço de poucas horas, e sem motivo aparente;
Inquietude. O que se observa é algo que parece “energia nervosa”, como andar de um lado para o outro, tamborilar com os dedos, mudar de posição quando está sentado, sair a toda hora de uma mesa ou quarto, sentir-se tenso quando em descanso;
Tendência a comportamento aditivo, viciado, compulsivo. Pode ser sexo, álcool, drogas, jogo, compras, comida ou trabalhar demais;
Problemas crônicos de auto-estima. Estes problemas são o resultado direto de anos de frustração, fracasso ou malogro das iniciativas;
Auto-observação imprecisa. Não fazem uma avaliação aguçada do impacto que exercem sobre os outros. Em geral, consideram-se menos eficientes ou poderosos do que as pessoas acham.

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