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21 de janeiro de 2018

Bloqueio

Por Ângelo de Lima (https://pt.m.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngelo_de_Lima?wprov=sfla1)

"Pára-me de repente o pensamento 
Como que de repente refreado 
Na doida correria em que levado 
Ia em busca da paz, do esquecimento... 

Pára surpreso, escrutador, atento, 
Como pára um cavalo alucinado 
Ante um abismo súbito rasgado... 
Pára e fica e demora-se um momento. 

Pára e fica na doida correria... 
Pára à beira do abismo e se demora 
E mergulha na noite escura e fria 

Um olhar de aço que essa noite explora... 
Mas a espora da dor seu flanco estria 
E ele galga e prossegue sob a espora."

Mais do que um mote, mais do que toda a semelhança, este poema é inspiração.
Aquilo que sinto e com que me deparo, já foi sentido antes.

Não sou alheio ao facto de encontrar semelhanças nas palavras e pensamentos daquele que foi um louco (alienado assim era chamado à data); sempre achei que era um deles, sei que sou, penso que sim, é o que parece.
Ângelo de Lima confronta-me comigo mesmo.

Porquê?

Porque me para também o pensamento.
Vivo com o pensamento ora parado, ora "prossegue sob a espora", sob pressão algo acontece.
Se estou tranquilo e sem stress para o raciocínio, emburreço e emudeço.
Reactivo-me à custa de truques de mentalização positiva, e lá vou indo quando a espora me obriga.

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